domingo, 29 de janeiro de 2017

"Happy": A ciência explica a felicidade

Assisti ontem ao documentário Happy (2011), disponível na Netflix e também no Vimeo (assista na janela abaixo). Basicamente, esse documentário se propõem a relatar os resultados de estudos sobre a felicidade. Não vá esperando aquelas coisas "sorvete na testa" de auto-ajuda, o documentário é sério, ou pelo menos foi essa a impressão que eu tive.

HAPPY- Documentário Sobre a Genuína Felicidade from Rangel Lerbach Jr on Vimeo.

Primeiro, os pesquisadores explicam o que é a sensação de felicidade sob o ponto de vista do corpo humano. É uma injeção de dopamina direto em nosso cérebro que causa a efêmera e perseguida sensação. Depois dessa explicação, eles rodam o mundo procurando os motivos que fazem os mais diferentes tipos de pessoas felizes.

Eles vão ao Brasil entrevistar um surfista pobre, vão a uma vila no japão cheia de mulheres viúvas e muito idosas, vão à Dinamarca conhecer pessoas que moram em moradias coletivas, vão aos Estados Unidos conversar com uma mulher que teve o rosto desfigurado por um acidente de carro, ao Japão conhecer a família de um homem que morreu de tanto trabalhar, tanto que a sua filha mal o reconhecia. E esses são só alguns casos.

Os relatos dessas pessoas fizeram os pesquisadores concluírem que, ao contrário do que muitos pensam, glória, fama e dinheiro não são garantias de felicidade, muito embora eles também reconheçam que pessoas muito pobres, em média, tendem a ser menos felizes do que pessoas que ganham o suficiente para viver com algum conforto. Eles até citam valores, mas não me lembro deles. Acho que quem vivia com 50 mil dólares por ano era mais feliz do que quem vivia com 5 mil dólares por ano, mas pessoas que viviam com 5 milhões de dólares por ano não eram muito mais felizes, ou até mesmo eram mais infelizes, do que quem vivia com 50 mil.

O que faz as pessoas felizes, segundo este estudo, é o seguinte:

  • Praticar esportes;
  • Viver perto da família e amigos;
  • Dedicar-se aos outros;
  • Cuidar da sua comunidade ou tentar fazer do mundo um lugar melhor;
  • Ter um sentimento de pertencimento a algum grupo;
  • Ter um trabalho ou hobby que te traga contentamento;
  • Ter fé.
Um dos relatos é de um Europeu que foi para a Índia fazer trabalho voluntário em uma "casa de moribundos" (eu nem sabia que isso existia) e lá sentia-se feliz em fazer o final da vida de pessoas pobres e em estágio terminal menos sofrido, com simples ações como dar-lhes um copo d'água. No Brasil, entrevistaram um coroa pobre que more em uma casa humilde no meio do mato, mas que ama surfar, mesmo que não tenha uma "vida de doutor", segundo o mesmo, pois já é feliz com o que tem.

Veja, o documentário não diz que você deve largar tudo e ser pobre para ser feliz, mas que não devemos acreditar que a felicidade está na constante busca do MAIS, MELHOR, MAIOR que a sociedade de consumo vende (mais fama, o melhor celular, o carro mais potente, peitos maiores, mais jóias, melhores roupas, a maior casa, etc). E, por favor, também não achem que é uma crítica ao capitalismo, mas apenas uma maneira diferente de enxergar as coisas, o que pode ser muito óbvio para alguns, mas não para todos.

Praticar esportes: Fiquei pensando em como mudar a minha vida a partir dos resultados dessa pesquisa. Já comecei esse mês a praticar esportes, pois voltei à academia. Não é o mais legal dos esportes, mas é o que tem pra hoje, e já sinto o resultado no corpo, o que impacta diretamente na auto-estima. Quanto à família e amigos, sempre faço o possível para ficar perto deles.

Trabalho: Em relação a trabalho, eu desisti de trabalhar na área de comunicação para estudar para concursos públicos, pois estava infeliz com as práticas desse meio e também com o salário. Vou ser mais feliz sendo concursado? Quando eu passar descobrirei.

Cuidar da comunidade: não cuido da minha comunidade. Moro em um lugar cheio de gente escrota, com uma prefeitura escrota. Já mandei emails, ligações e mensagens em redes sociais com sugestões e reclamações e nunca vi moverem uma palha para mudarem as coisas que apontei e não vejo as pessoas empolgadas em melhorarem o meio ondem vivem. Reclamam muito, mas no fim do dia, cada um só quer cuidar da sua vida. Não sei o que fazer em relação a isso.

Um exemplo dos vizinhos que eu tenho: uma vizinha coloca fogo no mato quem tem no quintal dela, com preguiça de catar e colocar no lixo. E parece que ela espera nós lavarmos roupa para botar o fogo e sujar a porra toda. Ela também adora colocar fogo quando ta quente pra caralho, fazendo a gente fechar as janelas e ficar dentro de um forno! Incrível que ela mesma ta com roupa no varal e coloca fogo. Refiro-me a ela carinhosamente como "favelada" quando falo com a minha esposa.

O outro vizinho é PM, anda de C4 Pallas (como ele banca esse carro com salário de PM?) e oferece "pneus usados" para quem quiser comprar... tem também uma igreja evangélica, dessa que as pessoas gritam igual loucas. Já tive também como vizinho uma "casa de festas" que ia até de madrugada com todo tipo de lixo musical que você possa imaginar, tocando a música tão alta que fazia até as janelas da minha casa tremerem. Vai vendo... eu vou ajudar essa gente? Quero que se FODAM para aprenderem a não sacanearem os outros!

Dedicar-se aos outros: também não sei como, pensei em trabalho voluntário, mas não tenho muita paciência para lidar com gente. Penso que, talvez, se eu conseguir passar em um bom concurso, eu poderia ajudar os outros que querem passar também, dando dicas de planejamento, motivação. Mas pra isso tenho que passar primeiro.

Hobby: gosto muito de ler e colecionar livros e quadrinhos, e isso me traz contentamento.

Ter um sentimento de pertencimento a algum grupo: Nesse caso, entendi que está relacionado a um grupo com o qual você se relaciona diretamente, como um grupo de igreja, de moradores do bairro ou de pelada no fim de semana. Nesse quesito, fracasso total. Talvez me de bem com o pessoal da academia, mas pela minha experiência, academias não são os melhores lugares para se relacionar com as pessoas. Não tenho muita esperança quanto a isso e nem sei o que fazer a respeito.

Pensando bem, até que esse blog me ajuda um pouco com essa sensação de pertencimento a um grupo, mas é tudo virtual, não é a mesma coisa de conhecer as pessoas pessoalmente.

Ter fé: Não acredito em religião alguma nem em nada sobrenatural. Fiz catequese, já fui a centro espírita, candomblé, e nada disso me "tocou", digamos assim. Uma pena, pois se acredita-se em algo do tipo a minha vida seria mais fácil, acho.

Estou pensando em voltar a doar algum dinheiro, mesmo estando em um perrengue de grana. Pouca coisa, 5, 10 golpes temers, pois já fiz isso antes e me senti bem. Falta escolher para quem doar. Também queria colocar algum esporte mais coletivo na minha rotina, mas ta difícil. As pessoas não têm tempo, disposição, não tem lugar para praticar, e por aí vai.

Enfim, era mais ou menos isso que eu queria falar. Desculpem-me se o texto teve muitos erros ou ficou muito truncado. Não quis parar muito para ficar corrigindo ou relendo, só quis deixar as palavras e pensamentos fluírem.

E você, o que tem feito para ser feliz?



segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

A minha experiência com graduação de Faculdade Federal e o mercado de trabalho - Parte 1

Olá, fugitivos da corrida dos ratos!

O post de hoje foi diretamente inspirado neste post do blog do Seu Madruga Investimentos. Fiquei inspirado a contar a minha experiência com curso de graduação para que outros não sigam (ou sigam né, vai saber) o mesmo caminho que eu trilhei e tenham uma vida profissional e financeira melhor do que eu.

Eu trilhei aquele caminho padrão dos jovens de classe-média: me dediquei a vida inteira no colégio para tirar boas notas. Nem sempre conseguia em matérias que exigiam muita abstração, como matemática e física, mas me virava com professores particulares. Nunca repeti de ano. Meus pais me amedrontavam dizendo que iam me colocar em um colégio público. Já mais velho, eu já não acreditava mais nisso, mas não queria repetir de ano para não fazê-los gastar mais dinheiro comigo, pois se não faltava dinheiro, nem de longe sobrava também.

É só estudar e passar para uma faculdade pública que tudo vai dar certo, pode confiar sim, amiguinho!
Enfim, fui levando como deu até chegar o vestibular. Estudei muito (pelo menos para os meus padrões, embora comparando-me com colegas que entraram para o curso de direito, estudei bem menos) e consegui passar para um curso de comunicação em uma Universidade Federal. Uhul!

-Rápido parênteses: por que comunicação social?

Basicamente porque eu não tinha aptidão para mais nada e algumas pessoas me diziam que eu escrevia bem. Eu também adorava ler jornal desde criança (esportes e quadrinhos, mas sempre lia a capa também, embora eu não entendesse quase nada). Depois que eu descobri que jornalistas entravam de graça em eventos e também assistiam a filmes e liam livros sem pagar, só para dar a sua opinião sobre eles, eu pensei "é isso que eu quero pra mim!" Ah, seu eu pudesse voltar no tempo eu me daria uma surra! Rsss

Com o conhecimento que eu tenho hoje (e a mesma falta de aptidão de sempre) eu não faria vestibular, estudaria para concurso público e, depois, talvez fizesse faculdade.

-Voltando

Passei no vestibular e achei que minha vida já estava resolvida! rsss! Pensava comigo mesmo: passei pra uma federal, "agora é só continuar estudando sério, conseguir um estágio e tudo vai dar certo"! Na minha cabeça, por osmose causada pelos meus pais e pelo colégio, acreditava que passar numa faculdade pública era garantia de sucesso!

Ah, que mentira do caralho! rss! Isso até pode ser quase verdade para cursos como TI e medicina, mas são exceções à regra (e pra TI isso já ta começando a mudar também, para medicina eu não sei). Engenharia já foi bom, com esses escândalos da lava-jato e afins, o mercado ta indo pro saco, apesar de que praticamente qualquer emprego nessa área paga melhor do que comunicação.

Eu sei que há exceções na área de comunicação, mas são exceções! Vou falar sobre isso em outra oportunidade.

Porra, eu to garotão, agora vai!
Bem, terminei a faculdade sem consegui nenhum estágio relevante, só mesmo participar de projetos dentro da faculdade e alguns estágios não-remunerados. Isso até ajudou a abrir algumas portas, pois não deixou o meu currículo em branco, mas já era uma falha no meu plano perfeito. Só depois de formado é que consegui um estágio remunerado (na verdade era um emprego de 6 horas por dia sem carteira assinada em que eu ganhava R$400/mês mais VR e VT) em uma empresa privada. Que merda, né? Mais vocês não sabem como eu fiquei feliz de consegui-lo, pois já tinha feito várias entrevistas e processos seletivos e não tinha conseguido nada, inclusive foi rejeitado uma vez nesse mesmo emprego antes de conseguir ser admitido. Me lembro como se fosse hoje, quando eu recebi a ligação dizendo que eu fui admitido, eu estava no Centro de uma cidade vizinha indo fazer um processo seletivo, nem me lembro para qual empresa ou área, o cara da empresa me ligou me dando as boas-novas e depois eu escuto um barulho alto de água. Porra, o cara tava no banheiro mandando um cagão enquanto tava ligando pra mim, rsss! Eu ainda não sabia, mas esse cara viria a ser o meu gerente. Até hoje sou grato por ele ter me dado uma chance, acreditem ou não.

Mesmo tendo recebido essa notícia, fui todo pimpão fazer o outro processo seletivo, que mal poderia fazer? Cheguei lá, um prédio meia-boca, era para entrar numa salinha. Era uma dessas empresinhas de recrutamento bem toscas com aqueles processos seletivos toscos com dinâmicas de grupo babacas e formulários intermináveis para preencher. Eu via a expressão de derrota na cara dos funcionários e do pessoal que tava se candidatando aos empregos lá e pensei: "não preciso me sujeitar mais a isso, consegui um emprego em uma empresa legal, sou melhor do que isso", KKKKK!


O que mudou a minha situação foi um cursinho de extensão (ou de aperfeiçoamento) que fiz em uma faculdade particular TOP. Eu tenho quase certeza de que esse cursinho de menos de 6 meses fez toda a diferença pra mim, mais do que 4 anos de faculdade pública... se não fosse por ele não sei se teria conseguido entrar no mercado de trabalho na minha profissão.

Então, dois conselhos que eu dou para quem quer entrar em qualquer área e não tem QI:

1-Faça estágio de qualquer jeito, em qualquer lugar! Se não conseguir, participe de algum projeto interno da sua faculdade!

2-Se você não conseguir fazer uma faculdade bem vista pelo mercado, tente ao menos fazer um curso rápido e uma boa faculdade. Isso vai agregar ao seu CV e pode trazer contatos.

Bem, trabalhei alguns meses nessa situação e depois fui "promovido": ia trabalhar 8h/dia e ia passar a receber R$750 de salário! Uau, nem sabia o que fazer com tanto dinheiro, kkk! Eu só conseguia pensar no tanto que eu fiquei feliz de ver o meu esforço reconhecido, agora tudo entrava nos eixos, o céu era o limite!




Ah, ledo engado, fiquei nesse empresa por uns dois anos mais ou menos, sem carteira assinada (só assinaram um mês antes de eu sair). Ah, mas tudo bem porque o ambiente é super-descolado, cheio de gente jovem e cool e com muitas possibilidades de crescer na carreira e aprender muito! E, o caô que eu sempre lia nos sites da área: "o mercado projeta um crescimento de XX% do faturamento para o ano que vem". Eu sempre me empolgava lendo essa merda, até que depois de algum tempo eu percebi que sempre falavam essa lorota. Podia até ser verdade, mas o meu salário que é bom pouco aumentava.

Bom, depois de um tempo e alguns kilos mais gordo, resolvi buscar seriamente um outro emprego e sair de lá. E consegui! Mas isso fica para outro post, pois esse já está grande demais.

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PS: Se vocês quiserem também, conto como era estudar em curso de humanas de uma faculdade federal. Se eu entrasse nos detalhes o post ia ficar mais ainda e perder o foco.

PS2: Tenham em mente que, durante todo esse período que eu relato no texto, eu ainda morava com os meus pais e tinha namorada desde que entrei na faculdade.

PS3: Vocês não sabem como foi difícil organizar as ideias para escrever esse post. Deixei muitos detalhes de fora por esquecimento e por foco mesmo.

Até lá!